O jornalista e pesquisador Michel Hajime interrompeu um estudo importante sobre a exposição sexualizada de homens na internet, tema ainda pouco explorado academicamente, devido ao agravamento de uma crise de pânico desencadeada por traumas antigos.
Na adolescência, Michel foi vítima de abuso sexual dentro de uma emissora de televisão, crime que permaneceu silenciado por mais de vinte anos. Os efeitos psicológicos só emergiram recentemente, refletindo o impacto profundo e duradouro que abusos dessa natureza provocam, especialmente quando ocultados por tanto tempo.
Atualmente afastado por recomendação médica, Michel tem direcionado suas forças à luta contra crimes. Inspirado por sua amiga e parceira de trabalho, Rose Leonel, transformou sua história em combustível para a luta. Mesmo em processo de recuperação, tornou-se ativista contra crimes de abuso e violência sexual, defendendo a escuta das vítimas e a responsabilização dos agressores.
Sua trajetória denuncia não só a violência sofrida, mas também o sistema que silencia, adoece e marginaliza quem tenta falar. Michel Hajime hoje representa uma voz em reconstrução — e ao mesmo tempo, um farol de resistência.