Publicidade

Inversão de valores na sociedade atual, dos vilões da Disney como heróis aos “zé droguinhas”

Até parece ser uma mentira daquelas que não dá para acreditar

03/02/2025 às 17h01 Atualizada em 07/02/2025 às 01h59
Por: Michel Kamikaze
Compartilhe:
Inversão de valores na sociedade atual, dos vilões da Disney como heróis aos “zé droguinhas”

Custei não acreditar quando me falaram que ocorreram vários casos de homens/rapazes presos com tornozeleiras falsas para atrair mulheres/moças. Em busca na internet, vi vários sites noticiando casos diferentes. Mas, só acreditei mesmo quando vi em dois sites de credibilidade.

Nas redes sociais, até mesmo grupos, páginas e fóruns de pessoas que dizem se atrair pelos "Zé Droguinhas", termo usado inclusive pelos próprios usuários.

Vale ressaltar, que não me refiro ao visual, às vestimentas. Isso não diz nada, inclusive, deve-se julgar menos pela aparência. E sim, olhar o carácter. Bandidos, temos até os de terno e gravata que assaltam multidões com uma única assinatura e por aí vai...

O grande problema é quando começamos a reverenciar bandidos como heróis. Isso, inclusive na política. Veja também: Porquê Brasil é Brasil: Ao invés de mandar, obedecemos e muitos viram escravos inconscientes

Ao conversar com vários professores do ensino regular, todos disseram que as meninas "vão pra cima", justamente dos que tendem a ir para a marginalidade ou os que já estão.

Essa inversão de valores pode ser vista até mesmo no cinema. Não é percebido sem uma análise crítica. E lógico, a grande maioria não percebe, mas ao final, está amando o vilão. Não importa se é Cruella, se é Malévola. Não importa a crueldade, não importa a maldade. Desde que o final feliz fique com o vilão. 

Edgar Morin, pesquisador da cultura de Massa, já apresentava no primeiro capítulo de um dos seus livros a teoria da simpatia e happy end*, ou seja, a simpatia para fazer o público torcer pelo personagem principal e viver um final feliz.

Walt Disney quando perguntado sobre o porquê de suas obras, a criação dos parques Disneyland, Walt Disney World, que inclusive completa 50 anos em 2002, sempre respondia, que pensava em um lugar onde elas pudessem brincar. Em suma focando a pureza. Fico tentando imaginar ele vendo tudo isso acontecer e sua idealização de mundo encantado indo pelo ralo.

É claro que a Disney não foi a única a embarcar nessa "jogada":

Esquadrão Suicida - (Foto: Warner Bros., Reprodução)
Esquadrão Suicida - (Foto: Warner Bros., Reprodução)

Como diz o ditado, a arte imita a vida. E como grandes produtores de blockbusters, as produtoras não iam deixar de faturar com essa inversão. O problema é que de certa forma incentivam as pessoas a adorarem aqueles que poderiam ser, inclusive, seu próprio assassino. 

* Em português, final feliz.

** Termo de origem inglesa para produção cultural voltada ao lucro.

* O conteúdo de cada comentário é de responsabilidade de quem realizá-lo. Nos reservamos ao direito de reprovar ou eliminar comentários em desacordo com o propósito do site ou que contenham palavras ofensivas.
500 caracteres restantes.
Comentar
Mostrar mais comentários