Custei não acreditar quando me falaram que ocorreram vários casos de homens/rapazes presos com tornozeleiras falsas para atrair mulheres/moças. Em busca na internet, vi vários sites noticiando casos diferentes. Mas, só acreditei mesmo quando vi em dois sites de credibilidade.
Nas redes sociais, até mesmo grupos, páginas e fóruns de pessoas que dizem se atrair pelos "Zé Droguinhas", termo usado inclusive pelos próprios usuários.
Vale ressaltar, que não me refiro ao visual, às vestimentas. Isso não diz nada, inclusive, deve-se julgar menos pela aparência. E sim, olhar o carácter. Bandidos, temos até os de terno e gravata que assaltam multidões com uma única assinatura e por aí vai...
O grande problema é quando começamos a reverenciar bandidos como heróis. Isso, inclusive na política. Veja também: Porquê Brasil é Brasil: Ao invés de mandar, obedecemos e muitos viram escravos inconscientes
Ao conversar com vários professores do ensino regular, todos disseram que as meninas "vão pra cima", justamente dos que tendem a ir para a marginalidade ou os que já estão.
Essa inversão de valores pode ser vista até mesmo no cinema. Não é percebido sem uma análise crítica. E lógico, a grande maioria não percebe, mas ao final, está amando o vilão. Não importa se é Cruella, se é Malévola. Não importa a crueldade, não importa a maldade. Desde que o final feliz fique com o vilão.
Edgar Morin, pesquisador da cultura de Massa, já apresentava no primeiro capítulo de um dos seus livros a teoria da simpatia e happy end*, ou seja, a simpatia para fazer o público torcer pelo personagem principal e viver um final feliz.
Walt Disney quando perguntado sobre o porquê de suas obras, a criação dos parques Disneyland, Walt Disney World, que inclusive completa 50 anos em 2002, sempre respondia, que pensava em um lugar onde elas pudessem brincar. Em suma focando a pureza. Fico tentando imaginar ele vendo tudo isso acontecer e sua idealização de mundo encantado indo pelo ralo.
É claro que a Disney não foi a única a embarcar nessa "jogada":
Como diz o ditado, a arte imita a vida. E como grandes produtores de blockbusters, as produtoras não iam deixar de faturar com essa inversão. O problema é que de certa forma incentivam as pessoas a adorarem aqueles que poderiam ser, inclusive, seu próprio assassino.
* Em português, final feliz.
** Termo de origem inglesa para produção cultural voltada ao lucro.