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UXE, cê tá louco?” – Quando a indignação vira luta por justiça

O grito que vem do silêncio

14/06/2025 às 13h03 Atualizada em 14/06/2025 às 13h18
Por: Opinião, crítica e análise
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Michel Hajime com sua mãe Maria Aparecida Bassi Itakura e sua sobrinha Maisa Keiko - Foto: João Itakura,tio de Michel Hajime, também jornalista, trabalhou no extinto Jornal O Diário de Maringá
Michel Hajime com sua mãe Maria Aparecida Bassi Itakura e sua sobrinha Maisa Keiko - Foto: João Itakura,tio de Michel Hajime, também jornalista, trabalhou no extinto Jornal O Diário de Maringá

A expressão “uxe” carrega, no cotidiano popular, uma reação de choque, incredulidade e indignação. Para muitos, é apenas uma interjeição. Para outros, como no caso do jornalista e ativista Michel Hajime, tornou-se um símbolo de resistência. Nasceu da dor, da coação e do silêncio forçado. Tornou-se nome de uma ação — e em breve, de uma ONG — que não se cala diante da violência.

Michel escondeu, por duas décadas, o trauma de um abuso sexual cometido dentro de uma emissora de televisão durante sua adolescência. Quando finalmente encontrou forças para denunciar, enfrentou algo ainda mais brutal: a coação institucional, a negação da vítima e o colapso de laços familiares. O rompimento da verdade destruiu estruturas, inclusive dentro de sua casa. Foi nesse abismo que veio à tona a revelação ainda mais profunda — sua própria mãe, aos 70 anos, revelou que também fora abusada aos cinco, e guardou o segredo por 65 anos.

Essa história, infelizmente, não é exceção. É a face invisível de uma sociedade que prefere o silêncio à escuta, a aparência à verdade. Quantas vítimas ainda escondem sua dor? Quantas famílias carregam histórias não ditas, engolidas por medo, vergonha ou desamparo? O ciclo do abuso se perpetua quando o silêncio é imposto, quando a vítima é desacreditada, e quando o sistema — público ou privado — protege o agressor.

A dor que atravessa gerações não deve ser herança. Precisa ser quebrada.

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Por isso, iniciativas como a UXE Comunicare são fundamentais. Nascida da indignação de quem sobreviveu à violência e à tentativa de apagamento, a UXE é uma resposta firme à hipocrisia institucional. Ela luta contra crimes digitais e institucionais, sem buscar engajamento ou popularidade, mas sim justiça, proteção e acolhimento real às vítimas.

Que o grito de “uxe” ecoe não como escândalo, mas como despertar. Porque não basta sobreviver — é preciso transformar dor em mudança.

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Sobre o blog/coluna
A UXE Communicare é uma iniciativa independente voltada ao combate de crimes digitais e institucionais, com foco na proteção das vítimas. Atua sem redes sociais ou busca por engajamento, priorizando a ética, a denúncia e a justiça. Sua missão é ser voz ativa onde o silêncio impera e o poder oprime.
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