Sábado, 15 de Março de 2025
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O que é a pensão socioafetiva?

É um conceito que tem sido discutido no contexto jurídico, mas ainda não possui um reconhecimento claro ou generalizado em todas as jurisdições. Ele se refere à ideia de que uma pessoa pode ter o direito a uma pensão alimentícia, não apenas em função de laços biológicos ou legais (como pais e filhos), mas também em razão de vínculos afetivos que, de certa forma, se assemelham a um relacionamento familiar

07/03/2025 às 08h41
Por: Rede Geração
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Em termos simples, a pensão socioafetiva seria uma pensão alimentícia devida a alguém que, embora não tenha vínculos de parentesco formal (como filhos biológicos), foi cuidado, apoiado ou teve uma relação emocional e de dependência com a pessoa responsável, estabelecendo, assim, um vínculo "socioafetivo".

Existe no Brasil?
No Brasil, a pensão alimentícia socioafetiva ainda é um conceito em desenvolvimento e não é uma norma consolidada ou garantida pela legislação de forma explícita. O direito à pensão alimentícia, de maneira geral, está previsto no Código Civil, que estabelece a obrigação de prestação de alimentos entre pais e filhos (ou ex-cônjuges), mas não há uma menção direta à pensão socioafetiva.

No entanto, jurisprudência e decisões judiciais podem, em alguns casos, reconhecer a pensão socioafetiva, especialmente quando há vínculos afetivos estabelecidos entre as partes, como no caso de uma criança adotada de fato, ou mesmo quando uma pessoa se vê em uma relação de dependência com um adulto, como um enteado ou neto, com quem tenha convivido por um longo período e criado laços emocionais profundos.

Exemplos de Pensão Socioafetiva
Enteados: Se um padrasto ou madrasta assumiu um papel de cuidador durante a infância de um enteado, com responsabilidades afetivas e financeiras, e esse enteado atinge a maioridade ou enfrenta dificuldades financeiras, pode haver a possibilidade de a justiça reconhecer um dever de pensão socioafetiva por parte do padrasto ou madrasta.

Vínculos não biológicos: Em alguns casos, avós ou outros parentes que tenham cuidado de uma criança de maneira contínua, assumindo responsabilidades de "pais", podem ser reconhecidos como responsáveis pela pensão alimentícia.Embora algumas decisões jurídicas tenham reconhecido a pensão socioafetiva, ela ainda gera debates. Entre as principais questões estão:

A prova de vínculo afetivo: Como demonstrar em tribunais um vínculo afetivo significativo que justifique a pensão?
O limite da responsabilidade: Até onde vai a responsabilidade socioafetiva em termos de sustento e cuidados? O conceito é muito subjetivo.
Interpretação da legislação: Como a legislação brasileira não contempla explicitamente a pensão socioafetiva, a decisão depende do entendimento de juízes e tribunais, o que pode levar a interpretações diferentes.

A pensão socioafetiva não é uma figura jurídica amplamente regulamentada e reconhecida de forma universal. Porém, em algumas situações, especialmente quando há vínculo de cuidado e afeto duradouro, ela tem sido reconhecida por tribunais, principalmente em decisões relacionadas a relacionamentos não biológicos. A questão, no entanto, continua sendo um tema de interpretação judicial e debate legal, e seu reconhecimento pode variar de caso para caso.

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