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A Verdadeira e Macabra História da Cinderela Que a Disney Nunca Contou

Para milhões de pessoas ao redor do mundo, a história da Cinderela é sinônimo de sonho, superação e final feliz. A jovem maltratada pela madrasta e invejada pelas irmãs que, com a ajuda mágica de uma fada, conquista o coração de um príncipe e escapa de uma vida de humilhações. Mas, longe do brilho encantado dos estúdios Disney, a verdadeira origem desse conto é muito mais sombria — repleta de sangue, mutilações e uma moral nada infantil.

03/05/2025 às 22h04
Por: Rede Geração
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A Verdadeira e Macabra História da Cinderela Que a Disney Nunca Contou

A Cinderela dos Irmãos Grimm: um conto de horror

A versão mais conhecida antes da adaptação da Disney vem dos Irmãos Grimm, que coletaram histórias do folclore europeu no século XIX. Nessa narrativa, não existe fada madrinha, e sim um pé de árvore plantado no túmulo da mãe da menina, onde ela chora e reza até ser ajudada por pássaros que lhe trazem vestes encantadas. Já é possível perceber o tom fúnebre e espiritual do enredo.

Mas o que realmente choca está no desfecho brutal do conto. Para caber no sapatinho de cristal, as irmãs postiças da protagonista mutilam seus próprios pés: uma corta os dedos, outra o calcanhar. Ambas são desmascaradas quando o príncipe percebe o sangue escorrendo do sapato. No final, os pássaros que ajudaram Cinderela bicam os olhos das irmãs, deixando-as cegas como punição por sua crueldade e falsidade.

Uma moral dura em uma época cruel

O tom violento da história refletia a realidade das sociedades europeias antigas, onde contos serviam como advertência — e não como entretenimento leve. As versões mais antigas ainda, como a de Charles Perrault (1697), suavizam um pouco os detalhes, mas mantêm a mensagem clara: virtude e paciência recompensam, mas a inveja e a maldade são castigadas severamente.

Cinderela em outras culturas: traições, abusos e magia obscura

Antes mesmo dos Grimm e de Perrault, versões da história já existiam em diversas partes do mundo. Na China, Egito e até no mundo árabe, há contos de uma jovem órfã maltratada que conquista a realeza. Algumas versões envolvem feitiçaria, madrastas assassinas e calçados mágicos feitos de pele ou osso. Em muitas delas, a beleza da protagonista é vista como um dom divino — e por isso, ela se torna alvo de crueldade e perseguição.

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Disney: da dor à doçura

Quando a Disney lançou sua adaptação em 1950, o mundo vivia o pós-guerra e ansiava por esperança. O estúdio norte-americano suavizou a história, eliminou os elementos violentos e focou no romance, na bondade e na recompensa moral. A figura da fada madrinha foi incluída como um símbolo de intervenção mágica e divina, transformando o conto em um símbolo da meritocracia emocional.

Mas ao fazer isso, a Disney também apagou a dor, a desigualdade e os aspectos mais sombrios da fábula — aspectos que, embora chocantes, são parte essencial de sua origem e de sua função histórica como alerta moral.

Contos de fada: infantis ou cruéis?

A história real de Cinderela revela que, por trás de muitas narrativas infantis, existe uma camada profunda de sofrimento humano, violência e crítica social. Hoje, revisitá-las é um exercício importante de resgate cultural, mas também de consciência: nem todo final feliz vem sem dor — e nem todo príncipe é o herói.

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