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Livre estou! Grito de liberdade da princesa lésbica da Disney

Elsa e o Gelo da Representatividade: A Rainha de Frozen e a Omissão da Identidade Queer na Disney

04/05/2025 às 18h10 Atualizada em 05/05/2025 às 00h00
Por: Rede Geração
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Foto: Montagem/Disney
Foto: Montagem/Disney

Desde sua estreia em Frozen (2013), a Rainha Elsa se destacou como uma das personagens mais icônicas da nova era Disney. Com uma personalidade reservada, um poder grandioso que precisa esconder, e uma jornada centrada na aceitação de quem realmente é, Elsa rapidamente se tornou símbolo de empoderamento — mas também um ponto focal para debates sobre representatividade LGBTQIA+ em animações infantis.

Sua música tema, “Let It Go”, foi rapidamente adotada como um hino de libertação por pessoas queer ao redor do mundo. A letra, que fala sobre abandonar o medo, assumir sua verdadeira natureza e viver sem vergonha, ressoa profundamente com quem já precisou se esconder para ser aceito. E o fato de Elsa não ter, em nenhum dos dois filmes, qualquer interesse romântico por um homem, só intensificou as leituras queer ao seu redor.

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Silêncio proposital ou prudência narrativa?

A Disney, contudo, evitou deliberadamente associar Elsa a qualquer identidade queer. Quando Frozen 2 (2019) foi anunciado, campanhas e petições online como #GiveElsaAGirlfriend ganharam força, mas a continuação manteve a personagem solteira, transferindo o foco para sua origem mágica e para laços familiares.

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Segundo Jennifer Lee, uma das diretoras do filme, a decisão de manter Elsa sem romance foi uma forma de “respeitar sua independência”, mas essa neutralidade foi vista por muitos como uma oportunidade perdida. Afinal, Elsa é uma das poucas protagonistas da Disney cuja história não gira em torno de um relacionamento amoroso, o que abre espaço para explorar outras formas de narrativa — inclusive sobre sexualidade e identidade.

A importância de nomear

Embora muitos vejam a ambiguidade como uma abertura para múltiplas interpretações, outros argumentam que a falta de representação explícita de personagens queer perpetua o apagamento. Em um estúdio que por décadas reforçou estereótipos heteronormativos, deixar uma personagem como Elsa sem rótulo pode parecer seguro, mas também frustrante.

“É importante que crianças queer vejam personagens como elas, com nomes, histórias e afetos visíveis”, diz Ana Carolina Duarte, especialista em infâncias LGBTQIA+. “Não basta apenas subentender. Representatividade de verdade exige coragem de ser direto.”

Elsa e o futuro da Disney

Apesar da recusa da Disney em confirmar qualquer identidade queer para Elsa, o impacto da personagem no público LGBTQIA+ é inegável. Ela continua sendo uma figura de empoderamento e resistência, mesmo sem a validação textual. No entanto, à medida que outras produções (como Heartstopper ou Steven Universe) avançam abertamente na representação queer, a Disney corre o risco de ficar congelada no tempo.

Elsa é uma rainha de gelo, mas sua presença aqueceu corações ao redor do mundo — especialmente os de quem viu nela um reflexo de si. Se a Disney realmente deseja liderar uma nova geração de narrativas, precisa ir além da sugestão e abraçar personagens queer com a mesma naturalidade e brilho que sempre deu aos contos de fada tradicionais. Porque aceitar quem você é, como canta Elsa, nunca deveria ser motivo de medo — nem nos bastidores da maior fábrica de sonhos do mundo.

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Mikomi Sugawara
Sobre o blog/coluna
Brasileira, mestiça de japonês, italianos e espanhóis em busca da luta contra o preconceito. Cresci ouvindo: "Que absurdo! Japonês gay!" Contei isso para minha irmã, 14 anos mais velha que mora no Japão há mais de 35 anos e ela disse: "Realmente, um absurdo um pensamento desse, aqui é o que mais tem é gay. O Japão é a junção do tradicional e o moderno. Aqui não tem preconceito. Heteros usam rosa, saem nas ruas de pijama, andam de bicicleta com cestinha, que no Brasil seria um absurdo! É por isso que Japão é Japão!", afirmou ela.

Assim como na Grécia, os homens eram iniciado para a guerra e sexo pelos seus treinadores, os Samurais japoneses também. Gays não são invenção da atualidade, mas a homofobia sim!


Mikomi Sugawara

Jornalistae professora universitária, abusada dentro de emissora de televisão aos 16 anos por um segurança. Produtor de novela me ofereceu trabalho por sexo, durante uma gravação e se masturbou na minha frente dentro do camarim, pouco antes de eu completar 17 anos.

Escondi da minha mãe por 19 anos por vergonha. Meu pai só ficou sabendo depois que fui diagnostica com crise de pânico. E pior, nem pude lutar contra. Fui informada pela delegada que o crime já tinha prescrito. Não imaginava que esse tipo de crime tinha validade, afinal, muitos escondem por anos devido a medo e vergonha.

Ameaçada de morte dentro de redações por jornalistas por ser gay. Vi casos de racimo, gordofobia onde jamais deveria ter, na comunicação, considerada como o quarto poder.

Não sou ativista, mas não aceito crimes e impunidade, e vou lutar contra, como uma verdadeira Samuraia!
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