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Se a inquisição volta-se hoje (alguns) pastores seriam queimandos na fogueira

Quando a Religião se Afasta do Amor e se Aproxima do Poder

06/05/2025 às 07h56 Atualizada em 06/05/2025 às 08h01
Por: Rede Geração
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Foto:Zeitgeist/Jusbrasil
Foto:Zeitgeist/Jusbrasil

Em templos grandiosos, redes sociais com milhões de seguidores e discursos emocionados, líderes religiosos modernos afirmam representar Deus na Terra. No entanto, o que se vê muitas vezes é o oposto do que se prega. Em vez de amor, espalham ódio. Em vez de caridade, ostentam luxo. Em vez de promover crescimento espiritual, travam disputas por dinheiro e influência.

A contradição é antiga. A própria Bíblia, em Mateus 7:15, alerta: “Acautelai-vos, porém, dos falsos profetas, que vêm até vós vestidos como ovelhas, mas interiormente são lobos devoradores.” Mesmo assim, o número de lideranças religiosas que exploram emocional e financeiramente os fiéis continua crescendo.

Dinheiro, influência e idolatria travestidos de fé

Enquanto pregam humildade, muitos desses líderes vivem em mansões, desfilam em carros de luxo e viajam em jatinhos particulares. Suas igrejas se tornaram verdadeiros impérios financeiros, construídos sobre a promessa de milagres em troca de doações.

“Há uma clara distorção dos valores cristãos em prol de um projeto pessoal de poder”, afirma o sociólogo Marcelo Reis, especialista em religiões contemporâneas. “A fé virou um produto, e os fiéis, consumidores manipulados por promessas vazias.”

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Discursos que espalham ódio

A situação se agrava quando essas mesmas lideranças usam o púlpito para promover intolerância. Minorias, como LGBTQIA+, mulheres, religiões de matriz africana e até mesmo cientistas, são frequentemente atacadas em nome da moral e da fé.

Esse tipo de postura se choca diretamente com os ensinamentos de Jesus, que pregou amor, perdão e inclusão. Ao invés de unir, muitos líderes religiosos estão dividindo, segregando e violentando verbalmente seus próprios irmãos.

A fé virou negócio

Em muitas igrejas, o foco já não é mais a espiritualidade, e sim o dinheiro. É comum ver campanhas milionárias, “desafios com Deus”, “correntes da prosperidade” e exigências de “propósitos” com valores altos. As pregações deixaram de lado a empatia, a justiça social e o amor ao próximo.

A fé, nesse contexto, perdeu seu valor sagrado e passou a ser moeda de troca. Não se trata mais de transformação interior, mas de barganha financeira com o divino.

Hora de resgatar a essência da fé

É urgente resgatar a essência da espiritualidade. A fé verdadeira não se expressa em palácios, mas em atitudes. Ela está na compaixão, na escuta, na generosidade, no cuidado com o outro — e não em quem grita mais alto ou ostenta mais riqueza.

Ao longo da história, os maiores líderes espirituais viveram com simplicidade e foram símbolo de resistência ao poder opressor.

Não é a fé que está em crise — é o uso que alguns fazem dela. O alerta bíblico sobre os falsos profetas nunca foi tão atual. Diante de tanta manipulação, cabe ao fiel refletir, questionar e observar os frutos que cada “árvore” religiosa produz.

Como ensina 1 João 4:1: “Amados, não creiais a todo o espírito, mas provai se os espíritos são de Deus.”
Em tempos de tanto engano, talvez o maior sinal de fé seja praticar o amor — mesmo em silêncio.

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