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Os preconceitos dentro e fora da comunidade LGBTQIA+ de Maringá

Mesmo em tempos de avanços sociais, a comunidade gay de Maringá ainda convive com preconceitos internos e externos. A drag queen Allana Summers expõe feridas que muitos insistem em ignorar

20/05/2025 às 08h06 Atualizada em 20/05/2025 às 11h17
Por: Rede Geração
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Allana Summers,Drag Queen maringaense, já trabalhou em diversas casas noturnas de Maringá,ela e hostess,DJ e performer - Foto: Arquivo pessoal Allana Summers,
Allana Summers,Drag Queen maringaense, já trabalhou em diversas casas noturnas de Maringá,ela e hostess,DJ e performer - Foto: Arquivo pessoal Allana Summers,

Maringá, conhecida por seus altos índices de qualidade de vida e planejamento urbano, também abriga uma comunidade LGBTQIA+ que cresce em visibilidade e expressão artística. No entanto, por trás das luzes neon das boates e do brilho das performances, ainda persistem sombras de preconceito — muitas vezes vindas de onde menos se espera: de dentro da própria comunidade.

A drag queen maringaense Allana Summers, conhecida nas noites da cidade como DJ, hostess e performer, traz à tona uma realidade incômoda. “A comunidade gay de Maringá ainda tem muitos preconceitos a respeito da aparência de cada um. Preconceito contra gordinhos, preconceito com a faixa etária... A aparência é um dos principais filtros nos relacionamentos, e isso fere”, denuncia Allana.

A crítica não se limita à região: “Isso não acontece só aqui, mas no Brasil inteiro, senão no mundo. A aparência conta muito, e o que falta é empatia. O que precisa mudar seria que as pessoas aceitassem mais como as outras são e se importassem com os sentimentos, não só com a estética”, conclui.

A fala de Allana revela o que muitos preferem não discutir. Em um ambiente que deveria ser de acolhimento e liberdade, corpos ainda são julgados, idades marginalizadas e estilos rotulados. O padrão de beleza – branco, jovem, magro e com estética "Instagramável" – ainda dita regras invisíveis, tornando a comunidade excludente com seus próprios membros.

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Mas nem tudo é desilusão. No campo artístico, Maringá vem mostrando sinais de expansão e inclusão. “O cenário artístico da cidade está ficando cada vez mais diverso”, comemora Allana. “Temos góticos, bissexuais, várias expressões e estilos. As drags também estão mais plurais e representativas.”

Essa diversidade crescente, porém, precisa de apoio mais sólido – seja de políticas públicas culturais, seja do próprio público LGBTQIA+ e seus aliados. Ainda há uma lacuna entre a representatividade de palco e a aceitação no cotidiano.

Reflexão necessária

É urgente repensar o que significa "comunidade". Se a ideia é acolher, proteger e celebrar diferenças, não se pode permitir que preconceitos velados ou disfarçados de "preferência pessoal" se perpetuem. Autoaceitação começa com o respeito ao próximo.

Allana Summers, com sua arte e seu posicionamento, lança um convite corajoso: é hora de olhar para dentro, reconhecer nossos próprios preconceitos e fazer da diversidade não apenas um discurso, mas uma prática diária — dentro das casas noturnas, nas redes sociais, nas rodas de amigos e, sobretudo, dentro de nós.

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Sobre o município
Cidade planejada, fundada em 1947. Conhecida como "Cidade Canção", destaca-se pela arborização, qualidade de vida e urbanismo moderno. É sede de importantes universidades e centros de tecnologia. Seu principal símbolo é a Catedral com 124 metros de altura. O nome homenageia a canção “Maringá”, de Joubert de Carvalho.
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