Em fevereiro de 2021, a vereadora foi flagrada dirigindo com a Carteira Nacional de Habilitação vencida há 740 dias, acumulando seis infrações — incluindo falar ao celular, estacionar irregularmente e ultrapassar o limite de velocidade. A multa ultrapassou R$ 293, e somou 7 pontos na CNH — postura incompatível com um agente público responsável
Ela é a única dos 15 vereadores a responder ação por improbidade administrativa. A acusação do Ministério Público aponta que seu então chefe de gabinete, Bruno Di Lascio, funcionava também como seu advogado particular, atuando em ao menos oito processos pessoais durante o expediente, sem recebimento de honorários advocatícios — uso indevido de dinheiro público para atender a interesses privados.
Em março de 2025, veio à tona um áudio em que Cris Lauer aparentemente reconhece essa prática — uma confissão que endurece a acusação, já considerada grave pelo MP, que pede devolução de cerca de R$ 20 mil, perda do mandato e até 14 anos de inelegibilidade.
O PT apresentou representação interna pedindo sua cassação por quebra de decoro parlamentar, com base no Código de Ética da Câmara. Em julho de 2024, o Conselho de Ética aprofundou o caso, tornando pública sua tramitação e recomendando cassação — o que poderia torná-la a primeira vereadora cassada da história de Maringá.
Apesar da gravidade, o Conselho de Ética arquivou o processo em outubro de 2024. O presidente da Câmara, Mário Hossokawa, optou pelo sepultamento do caso logo após a reeleição de Lauer, a mais votada na história municipal (7.535 votos) — estratégia que acendeu críticas sobre possíveis interesses políticos na decisão.
Em 2024, foi criticada por ataques à primeira-dama do país e declarações sobre ações do governo federal durante as enchentes no RS, considerando-os mentirosos e machistas. O Sindicato dos Servidores Federais chegou a pedir punição por falta de decoro.
Em 2024, apresentou projeto vetando verba pública para espetáculos que "desvalorizem mulheres" ou tratem de violência, nudez ou LGBTQIA+ — que a oposição chamou de censura velada.
Apesar das críticas, ela gozou de apoio político ao arquivar o processo, especialmente após a reeleição. Seus posicionamentos conservadores têm base entre grupos alinhados ao governo municipal, mas geram forte reação em setores culturais, de cultura e servidores públicos, que veem atitudes como "necropolítica" e ataques misóginos.
A vereadora acumula graves falhas éticas e legais, com respaldo do MP e representações internas robustas.
Mesmo diante de processos de improbidade, confissões e áudio comprometedor, ela escapou da cassação após arquivamento estratégico.
Seu discurso combativo e conservador gerou repercussões nacionais e condenações de entidades como sindicais e vereadores.
Caso exista agora uma CPI em andamento — conforme rumores — ela corre risco real de perder o mandato em novo processo ético ou judicial, embora até aqui venha se sustentando politicamente.
Cris Lauer quer se apresentar como guerreira incansável contra um suposto “politicamente incorreto”, mas os escândalos que a cercam — CNH vencida, improbidade administrativa, confissão em áudio, acusações de censura cultural e ataques inflamados — revelam postura contraditória e favorecimento pessoal. A prática de usar verba e servidores públicos para vantagens privadas, após tantos alertas do MP, coloca em cheque sua legitimidade para continuar exercendo cargo público.
Se a CPI em curso confirmar irregularidades além das já documentadas, precisará ser enfrentada com rigor — pois democracia não se sobrepõe ao direito público. O cargo exige transparência, decoro e compromisso com o interesse coletivo — e até aqui, ela parece ter priorizado seus próprios interesses.