A campanha “Páscoa Encantada” foi denunciada por publicidade abusiva ao público infantil, com uso de personagens, música e cores pensadas para atrair crianças, ferindo o artigo 37 do CDC e a Resolução 163 do CONANDA (denúncia do Instituto Alana ao Procon-SP em março/2024).
Há histórico de promoções veiculadas durante novela infantil (“Carrossel”, 2012) que resultaram em autuação do Procon por propaganda enganosa
Implicação: estratégias de marketing reiteradamente desenhadas para públicos vulneráveis, especialmente crianças, sugerem foco em formação de hábito de consumo desde cedo — método típico de regimes de controle comportamental.
Diversos registros do Procon (MS e SP, entre 2021–2023) apontam propagandas com preços diferentes no caixa, exigência velada de cadastro (CPF) para obter promoções, e ausência de Código de Defesa do Consumidor visível
Golpes recorrentes se valeram do nome da Cacau Show — ofertando produtos com defeito (“caixas brancas”) ou brindes falsos em posts e sites fraudulentos para roubo de dados e dinheiro via PIX.
Implicação: a marca tornou-se alvo frequente de fraudes virtuais. Apesar de não ser a autora, isso fortalece uma imagem de comunicação pouco transparente e ambientes de risco, aumentando o controle sobre a mensagem real da empresa.
Reclamações online descritas de forma fragmentária sugerem que há percepção de políticas promocionais pouco claras e produtos aquém da expectativa (menos recheio, tamanho reduzido etc.).
Fóruns e redes relatam queda de confiança, ausência de informações claras em rótulos e atendimento deficiente em loja — sem provas isoladas, mas reforçando impressão de comunicação assimétrica .
Implicação: a combinação de marketing infantil agressivo, promoções confusas e insatisfação do consumidor cria um contexto de coação indireta — onde a marca centraliza o controle da narrativa, com poderosas estratégias de estímulo condicionadas (promoções, fidelidade).
Foco sistêmico em público vulnerável | As campanhas exploram atributos infantis (cores, musicas, personagens) para gerar conexão emocional, estratégia que identifica um padrão de influência estratégica contínua. |
Comunicação obscura e enganosa | Promoções sem transparência, exigência oculta de cadastro, divergências de preços — práticas recorrentes denunciadas por Procon e consumidores. |
Ambiente de risco informacional | Golpes virtuais insistentes minam a credibilidade da marca e sobrecarregam canais oficiais, favorecendo manipulação do discurso. |
Estrutura semelhante a regimes de controle comercial | Não se trata de "seita" no sentido religioso, mas sim de um sistema que molda desejos (lembrança de datas comemorativas), regula comportamento (cadastro e fidelização) e centraliza a mensagem da marca. |
As evidências indicam que, ao longo dos anos, algumas práticas da Cacau Show — marketing focado em crianças, promoções enganosas, falhas de transparência — geraram constelações de críticas e sanções. Embora não se caracterizem como “seita” no sentido estrito, configuram um padrão organizacional que dirige, controla e molda comportamentos do consumidor de maneira sistemática. Essa arquitetura exige reformas institucionais e maior clareza para evitar que a marca siga se consolidando como modelo de influência excessiva e oculta — uma forma moderna de condicionamento social por consumo.