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ONG ou Cilada? Abordagem do Greenpeace Gera Desconfiança em Doações

Durante uma viagem de férias em julho de 2024, um professor universitário foi abordado por uma voluntária do Greenpeace em uma movimentada área turística. Segundo ele, a moça era simpática e bem articulada, explicando as causas ambientais defendidas pela ONG e pedindo apoio financeiro por seis meses. Sensibilizado com o discurso, o professor aceitou contribuir.

27/06/2025 às 08h07
Por: Opinião, crítica e análise
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Maladireta comboleto recebido pelo professor por meio dos Correiros
Maladireta comboleto recebido pelo professor por meio dos Correiros

No entanto, quase um ano depois, ele ainda recebe boletos por e-mail, mala direta com cobranças e notificações em seu banco digital. Mesmo após o prazo informado ter expirado, não houve qualquer encerramento automático da contribuição, nem comunicação clara sobre renovação ou cancelamento. A situação levanta dúvidas sobre a transparência e a ética nas abordagens de arrecadação de grandes organizações não governamentais.

"Eu doei acreditando que era por um período definido. Agora me sinto enganado. Isso desmotiva qualquer pessoa a querer ajudar novamente", relata o professor, que prefere não ser identificado.

A prática não é exclusiva do Greenpeace. Outras grandes ONGs também têm adotado métodos semelhantes, baseando-se em contratos automáticos de renovação, que nem sempre são esclarecidos durante a abordagem inicial. Muitas vezes, a anulação da cobrança exige que o doador ligue para centrais de atendimento, passe por diversos setores e enfrente processos burocráticos que parecem mais desestimuladores do que informativos.

Além disso, o uso contínuo de dados bancários e o envio insistente de boletos levantam questões relacionadas à privacidade e à Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), especialmente quando não há consentimento explícito para a continuidade da comunicação.

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A ironia é que, ao tentar mobilizar a população em prol de causas nobres como a preservação ambiental, essas ONGs podem acabar produzindo o efeito oposto: a aversão ao engajamento. Para muitos, como o professor, o episódio serviu de alerta. "Quero ajudar, mas não às custas de sentir que caí num contrato disfarçado de solidariedade."

O caso expõe a necessidade de revisão das estratégias de arrecadação de recursos e da relação de confiança entre as organizações da sociedade civil e o público. Transparência, ética e consentimento são valores tão fundamentais quanto as causas que essas instituições dizem defender.

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