Publicidade

Jornalismo em xeque: Daniela Lima, da GloboNews, gera polêmica ao rir de mensagem de ministro

Uma edição do Central GloboNews no fim de 2024 reacendeu o debate sobre ética e imparcialidade no telejornalismo brasileiro. Durante a transmissão, a âncora Daniela Lima narrou, entre risos, ter recebido de um ministro uma figurinha de WhatsApp que ironizava a crise política com a frase “A situação está sob controle, só não sabemos de quem”. O comportamento descontraído, compartilhado no ar, mostrou proximidade incomum entre repórter e fonte governamental e logo ganhou repercussão negativa nas redes sociais

10/06/2025 às 03h41
Por: Rede Geração
Compartilhe:
Foto: Reprodução/GloboNews
Foto: Reprodução/GloboNews

Ao circular em vídeo, o episódio foi tomado como sinal de falta de distanciamento crítico. Usuários de plataformas digitais e portais alinhados a diferentes espectros ideológicos questionaram se um jornalista que declara neutralidade pode manter relação de camaradagem com autoridades sem comprometer a própria credibilidade. A discussão ecoou críticas já direcionadas à GloboNews por suposta inclinação editorial em pautas político-partidárias.

A repercussão levou especialistas em mídia a lembrar disposições do Código de Ética dos Jornalistas Brasileiros, que exige “independência em relação ao poder” e condena condutas que gerem aparência de favorecimento. O documento estabelece penalidades que vão de advertência a impedimento temporário, destacando a necessidade de preservar a confiança do público. Embora a GloboNews não tenha anunciado sanções, o episódio elevou a pressão para que emissoras reforcem barreiras entre repórter e fonte.

Não foi a primeira vez que a apresentadora enfrentou questionamentos públicos. Em abril de 2024, Daniela Lima foi corrigida ao vivo pelos colegas Fernando Gabeira e Leilane Neubarth após conduzir, em tom considerado pouco isento, um debate sobre decisões do Conselho Nacional de Justiça ligadas à Lava Jato. Dias depois, seu afastamento temporário alimentou rumores de punição interna, negados pela emissora, mas suficientes para manter a controvérsia em pauta.

Analistas observam que, em um ambiente de polarização, gestos aparentemente triviais — como uma risada — tornam-se marcadores de posicionamento político. Para o público, essa percepção se soma à queda de confiança global na imprensa, já pressionada por desinformação e pela competição de influenciadores digitais. Quando o “quarto poder” aparenta cultivar relações informais com governantes, sua capacidade de fiscalizar o Estado perde força simbólica e prática.

Continua após a publicidade
Anúncio

O caso Daniela Lima ilustra como pequenos lapsos de postura podem amplificar a crise de credibilidade do jornalismo profissional. Mais que um incidente isolado, o episódio evidencia a necessidade de transparência nas interações com fontes e de reforço a protocolos editoriais que garantam distância crítica. Sem esses cuidados, a linha entre informação e influência tende a se apagar — e a função de vigilância atribuída à imprensa permanece, novamente, em xeque.

* O conteúdo de cada comentário é de responsabilidade de quem realizá-lo. Nos reservamos ao direito de reprovar ou eliminar comentários em desacordo com o propósito do site ou que contenham palavras ofensivas.
500 caracteres restantes.
Comentar
Mostrar mais comentários
Publicidade
Economia
Dólar
R$ 5,54 +0,05%
Euro
R$ 6,42 +0,07%
Peso Argentino
R$ 0,00 +0,00%
Bitcoin
R$ 610,272,21 -2,23%
Ibovespa
137,799,73 pts 0.49%