Nos últimos anos, o movimento feminista se fortaleceu de forma significativa, com vozes femininas clamando por direitos, igualdade e reconhecimento. No entanto, o que começou como uma luta legítima por igualdade de direitos tem se transformado, em alguns casos, em um movimento que parece buscar não apenas a equidade, mas a superioridade. Essa mudança de foco tem gerado discussões intensas e críticas, principalmente sobre o rumo que o feminismo tem tomado nas últimas décadas.
A Busca por Superioridade, Não Igualdade
É importante refletir sobre a essência do feminismo: originalmente, o movimento visava a igualdade entre os sexos, o que é completamente legítimo e necessário. No entanto, uma linha crescente dentro do movimento tem sugerido que a solução para a opressão feminina seria não a equidade, mas a supremacia feminina. Esse ponto de vista é, em muitos casos, claramente expresso por algumas correntes feministas que afirmam que as mulheres devem ser mais valorizadas que os homens em diversas esferas da sociedade, como no ambiente de trabalho e até nas relações interpessoais.
Essa postura, longe de promover igualdade, apenas cria uma nova hierarquia onde, ao invés de combater a desigualdade, busca-se agora inverter os papéis. Se o movimento feminista nasceu para lutar contra a opressão das mulheres, algumas de suas vertentes mais radicais começaram a adotar uma lógica de vítima que se torna opressora. Ao invés de promover a igualdade de direitos, essas correntes buscam a superioridade das mulheres, uma ideologia que soa mais próxima do machismo invertido do que da verdadeira igualdade de gêneros.
O Sufixo "Ismo" e a Conotação de Doença
Outro ponto de crítica que deve ser abordado é a forma como o feminismo é muitas vezes tratado como uma ideologia. O sufixo "ismo", comum em movimentos ideológicos, é frequentemente utilizado para deslegitimar ou demonizar as ideias de determinados grupos. Ao associar o feminismo a uma "doença" ou uma ideologia excessivamente radical, críticos alertam para o fato de que o movimento, em alguns momentos, perde o foco original e se desvia para algo mais sectário e ideológico, sem espaço para diálogo ou para uma construção de sociedade justa para todos.
É interessante observar como o feminismo, embora tenha nascido para ser um movimento social, se transformou em uma verdadeira ideologia de confronto, e não de reconciliação e entendimento. Ao invés de buscar uma equidade entre os gêneros, muitas vezes se vê a promoção de um discurso que não apenas põe os homens em uma posição de subordinação, mas os coloca como inimigos do movimento, um erro fatal para qualquer movimento que se pretende inclusivo.
O Feminismo e a Exclusão dos Homens
Por muito tempo, o feminismo defendeu que as mulheres eram marginalizadas e que os homens exerciam uma dominação patriarcal. Porém, ao focar unicamente nas experiências femininas, o movimento tem deixado de lado a opressão masculina. Homens também são vítimas de expectativas sociais rígidas, de violência, de uma educação emocional deficiente e, principalmente, de uma pressão para se comportarem de acordo com um ideal de masculinidade tóxica.
Mas, em muitas vertentes do feminismo, a dor e a dificuldade enfrentadas pelos homens são ignoradas ou minimizadas. Ao invés de abraçar todos os indivíduos, o movimento feminista, em certos momentos, parece construir uma narrativa onde somente as mulheres são vítimas, sem considerar as intersecções de classe, raça ou gênero que também afetam os homens de maneiras diversas.
A Realidade do Feminismo Atual
O feminismo, como um movimento legítimo e necessário, ainda tem muito a oferecer na luta pela igualdade de gênero. Contudo, a radicalização de algumas de suas vertentes e a busca por uma supremacia feminina estão distorcendo os objetivos centrais do movimento, afastando-o de suas raízes e tornando-o cada vez mais polarizado e excludente.
É hora de o feminismo retornar ao seu propósito original: lutar pela igualdade, sem cair na armadilha de querer ser mais que os homens, mas sim igual a eles. Somente assim será possível construir uma sociedade justa e equilibrada, onde todos, independentemente de seu gênero, possam ser tratados com respeito, dignidade e oportunidade.