Para aqueles que consideram Jesus uma farsa, as coisas parecem simples. Para eles, Jesus não passou de um homem como qualquer outro, cujas ações e palavras, mesmo que inspiradoras, não possuem relevância prática no mundo atual. Contudo, ignorar essa figura pode acarretar uma consequência desastrosa, não só para a religião cristã, mas para a própria sociedade como um todo.
Sem a presença de um modelo como o de Jesus, de um ser divino que prega o amor incondicional, a misericórdia e a verdade, qual seria o limite para o comportamento humano? Se a crença na salvação e no julgamento divino não estivesse em jogo, poderia a moralidade se sustentar? Quando as pessoas agem motivadas por sua fé em Jesus, muitas delas acreditam que há um princípio maior a ser seguido, algo que transcende a vida terrena e influencia suas ações.
Sem esse norte moral, muitos poderiam se sentir livres para perpetuar atrocidades e desrespeitar os direitos dos outros sem um receio profundo das consequências, sejam elas terrenas ou espirituais.
Entretanto, a crítica mais contundente vem justamente da própria discrepância entre a fé proclamada e a conduta demonstrada. O que se observa na realidade é que muitas pessoas que se dizem cristãs não conseguem refletir os valores de Jesus em suas vidas cotidianas. Ao contrário de serem exemplos de bondade, misericórdia e retidão, há aqueles que se envolvem em escândalos, cometem crimes, traições e enganos em seus relacionamentos e na vida em sociedade. A corrupção, a ganância, o ódio e a violência estão presentes em todos os níveis, incluindo dentro das próprias instituições religiosas, onde o poder e o controle muitas vezes se sobrepõem aos valores espirituais.
Esse distanciamento entre a doutrina e a prática de vida cristã questiona a eficácia do cristianismo como ferramenta moral, especialmente quando se observa que muitos daqueles que mais falam em nome de Cristo são os que mais distorcem seus ensinamentos. É como se a fé estivesse sendo usada como uma fachada para a manutenção de privilégios e interesses pessoais, enquanto o verdadeiro espírito do Evangelho se perde em meio à hipocrisia.
Então, qual seria o impacto para a humanidade caso a figura de Jesus fosse inexistente ou fosse amplamente rejeitada? Se milhões de pessoas não tivessem a quem se apegar em momentos de crise, se não houvesse uma figura de autoridade moral universal que pregasse o perdão e a redenção, o que restaria para a humanidade além de seus próprios instintos e desejos imediatos? Sem esse guia espiritual, sem a promessa de um futuro melhor através do amor e da união, os seres humanos seriam guiados por um código ético menos solidário e mais egoísta.
A falta de Jesus, enquanto exemplo de altruísmo e sacrifício pessoal, poderia resultar em uma sociedade mais desintegrada, onde o individualismo e a violência teriam mais espaço para crescer. O medo de represálias divinas ou a esperança de uma recompensa espiritual são forças que, apesar de suas falhas, funcionam como um freio moral. Sem esse conceito de transcendência, talvez o homem perdesse a capacidade de ver além de seus próprios interesses.
A questão que se coloca é: como podemos resgatar os verdadeiros valores de Cristo em uma sociedade cada vez mais desacreditada pela hipocrisia religiosa e pelo distanciamento da espiritualidade genuína? A resposta talvez esteja em relembrar a essência de seus ensinamentos: o amor ao próximo, a compaixão, a justiça e o perdão. Quando a fé se tornar mais do que um discurso vazio e se traduzir em ações concretas de bondade, talvez as atrocidades que hoje vemos ao redor do mundo possam ser mais bem enfrentadas.
Enquanto isso, a humanidade continua a viver entre contradições, onde o amor proclamado por Cristo ainda luta para se afirmar diante das trevas da indiferença e da maldade humana. A verdadeira transformação só ocorrerá quando a fé não for apenas proclamada de boca, mas vivida em cada gesto, em cada escolha diária. Até lá, a humanidade seguirá questionando: o que aconteceria se Jesus nunca tivesse existido?