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Diretor do SENAI causa espanto ao coagir denunciante e mandar as vítimas pedirem desculpas à servidora acusada de gordofobia — a mesma responsável pelo projeto e por erros graves, como a ausência de EPIs

A “reunião surpresa” coercitiva foi formalmente complementada na denúncia já existente junto ao Ministério Público do Paraná (MP-PR), e o caso também foi encaminhado ao Tribunal de Contas do Estado do Paraná (TCE-PR), ao Ministério Público do Trabalho (MPT), à Controladoria-Geral do Estado (CGE-PR) e ao Ministério dos Direitos Humanos

05/07/2025 às 07h00 Atualizada em 12/07/2025 às 21h47
Por: Opinião, crítica e análise
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Em vez de acolher os denunciantes, o diretor adotou uma postura contraditória, coagindo a vítima e tentando inverter os papéis, tratando o denunciante como agressor e desrespeitando a dignidade dos alunos envolvidos e protegendo a acusada,a servidora pública do estado do Paraná Roberta Justus.

Além da acusação dos crimes de gordofobia e falta de EPI´s a servidora denunciou o próprio Governo do Estado do Paraná ao relatar rotina que escancara abuso no serviço público do Paraná disse aos alunos que trabalha “Sem comer e com jornada de 14 horas" - Saiba mais sobre - Clique Aqui

Após a denúncia pública sobre a ausência de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) no programa Cuida Paraná e a exposição de um episódio de gordofobia explícita, uma manobra questionável do SENAI levantou suspeitas de tentativa de coação institucional. Após a repercussão dos casos, uma reunião surpresa foi aconteceu, sem aviso prévio e fora do protocolo habitual, com a participação de gestores, pedagoga e alunos.

O caso mais emblemático ocorreu durante a entrega de uniformes. Ao entregar a peça para três alunas gordas, uma servidora pública disparou: “Toma, pega duas e faz uma.” A frase, carregada de escárnio e desprezo, foi presenciada por diversos alunos e escancarou não apenas um ato isolado de discriminação, mas a negligência estrutural por parte da Secretaria da Justiça e Cidadania, responsável pelo projeto. A ausência de EPIs e o despreparo de agentes públicos revelam um ambiente permeado por violências simbólicas, preconceito e descaso administrativo.

A reunião convocada às pressas não teve pauta definida nem foi avisada oficialmente como momento formativo ou pedagógico. O que se viu foi um tom veladamente intimidador, com discursos sobre “lealdade institucional” e “comprometimento com a imagem das parcerias públicas”. Muitos interpretaram a reunião como uma retaliação disfarçada, direcionada a quem teve coragem de denunciar.

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Veja o vídeo com os áudios da reunião:

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Essa prática, embora envolta no discurso de “alinhamento interno”, é comum em ambientes marcados por abuso de autoridade e cultura de silenciamento. Ao invés de acolher os relatos e corrigir os problemas, opta-se por pressionar, desestabilizar e isolar os denunciantes.

O silêncio diante de agressões verbais discriminatórias e da falta de EPIs — itens obrigatórios para qualquer formação prática — foi substituído pela tentativa de blindar a imagem institucional. O foco não foi a segurança dos alunos, nem o respeito às suas identidades, mas sim a reputação das entidades envolvidas.

Veja o vídeo da denúncia sobre os alunos em aulas práticas sem EPIs: 

Esse tipo de reação repete um padrão conhecido em parcerias público-privadas: ao invés de transparência e escuta, recorre-se à coação simbólica, ameaças veladas e cultura do medo. O recado é claro: quem denuncia, sofre as consequências.

O programa Cuida Paraná teve outras denúncias, incluindo a exposição de um aluno com transtornos mentais e cognitivos, sem qualquer acolhimento, reforçando o padrão de violência institucional e negligência por parte dos responsáveis pelo projeto.

Saiba mais sobre: Clique aqui e veja vídeo da conversa de WhatsApp

Num contexto em que o Cuida Paraná se propõe a oferecer formação com dignidade, o mínimo esperado seria o fornecimento de EPIs básicos e o combate a toda forma de preconceito — não a convocação de reuniões intimidatórias. O episódio levanta sérias dúvidas não apenas sobre o compromisso pedagógico do SENAI, mas também sobre a responsabilidade da Secretaria da Justiça e Cidadania, que até o momento não se pronunciou publicamente.

Se as instituições envolvidas realmente quisessem cuidar, começariam por respeitar o direito de seus alunos e servidores de denunciar irregularidades — e não por tentar calá-los.

 

Repercusão do caso na política:

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